Pr. Fabrício Cunha
Pastor de Jovens da IBAB
Sinto-me entrementes envergonhado em tecer-lhe tal relatório. Sei que conhece-nos melhor do que nós mesmos. Isso lhe é bem possível. Conhece-me e bem que poderias se divertir com tal. Contudo sei também que não se cansas de novos começos.
Quero sentir-me seguro em seu amor, ser todo seu, gastar todo tempo contigo.
Quero amar as coisas simples que criou, percebê-las todas: conversas, cheiros, sensações.
Quero sentir falta de Ti, saudade mesmo sabe... falta dos lugares, dos altares, de suas coisas, de sua gente.
Quero ser carinhoso contigo e não quero olhar o relógio quando estiver junto de Ti.
Quero desligar meu celular quando estiver ouvindo de seu amor, de seus planos pra mim, quando estiver em sua casa.
Quero sentir a doce expectativa de nosso encontro dominical e até ir pra cama mais cedo no sábado.
Quero viajar contigo, literalmente e imaginativamente. Fazer planos e não te consultar depois, fazê-los contigo, traçando cada passo, acertando e errando, vencendo e perdendo, mas sempre contigo.
Quero me indignar por Ti ao presenciar o que abominas. Ao ver a injustiça, a mentira, a opressão, a pobreza, a vida desregrada, ao ver aquilo que mata.
Não quero rir de piadas que te insultam diretamente ou pela indecência por detrás. Não quero falar palavrões, nem ver cenas que imprimem em minha mente o pecado.
Não quero flertar com a incredulidade nem com o que ofusca a beleza e a riqueza da herança vindoura.
Não quero ficar parado nem esconder os presentes que me tem dado: os dons recebidos de suas próprias mãos. Quero usá-los com orgulho santo, sabedoria e intensidade, como que pingentes e colares imputados de valor familiar.
Quero servir sem precisar de cargo ou função oficial. Servir por servir e só, servir por amor, sem esperar recompensa nenhuma. Nenhuma não.
Quero olhar pra ti e ver seu contentamento e aprovação. Seu orgulho também. Quero que meus pais se orgulhem do que sou. Que meus filhos te amem porque vêem que eu mesmo te amo. Que minha mulher, a que Tu mesmo me deste, seja cada dia mais uma só carne comigo.
E, finalmente, de meus amigos quero duas coisas. Uma que se divide em duas e a outra uma só mesmo.
A primeira (que se divide em duas) é que me amem: Que me amem como sou: narigudo, chato, carente falante e amante. E que me amem com coragem de amar mais ao amigo do que a própria amizade. Que não tenham medo de colocá-la em risco por amor de mim. Que me cobrem, me exortem. Que sejam instrumentos teus em minha vida.
A segunda é que queiram, a todo preço, se parecer mais com teu filho, nosso senhor. Que não tenham a vida por preciosa e que sejam consumidos de tanto amor por Ti.
Termino com um compromisso. O de afixar esta carta em vários lugares onde, durante todo o ano, possa vê-la.
Obrigado por mais um ano e pela certeza da presença que acalenta e conduz.
Gentilmente cedido para a SEARA URBANA
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