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segunda-feira, 13 de setembro de 2010

A INTIMIDADE HUMANA



Kesede R. Julio

Quando pensamos em intimidade, pensamos em coisas apenas nossas, de

compartilhamento difícil, de foro extremamente particular. Coisas que até olhamos de lado para
falar, que escondemos de outros quando temos que mostrar à alguém ou falamos num tom de voz
bem mais baixo que o de costume.

Para partilharmos coisas íntimas precisamos de confiança. A confiança garante, até certo
ponto, que nossa intimidade não será revelada para outros, não será negligenciada e nem será
utilizada como moeda de troca por ninguém. A confiança gera fé. Acreditamos que uma pessoa não
revelará nossa intimidade devido a empatia adquirida por ela com o passar dos tempos. E não há
empatia sem troca. Precisamos ter o que trocar, e não sermos eternamente protegidos por uma
redoma inviolável, incapaz de ser penetrada por idéias ou por alguém.

Cristo compartilhou sua vida, a ponto de entregá-la por nós “Já não vos chamo servos,
porque o servo não sabe o que faz o seu senhor; mas chamei-vos amigos, porque tudo quanto ouvi
de meu Pai vos dei a conhecer.” João 15:15. Em latim, a palavra companheiro (amigo) significa
“cum panis”, ou seja, o pão dividido entre amigos.

As ruas gritam suas intimidades, expõem suas cuecas e calcinhas para que a sociedade,
num surto de bondade e ternura possa arrebentar a redoma, abraçar seus amigos imundos,
famintos, cheirando a pinga e cheios de piolhos, reconheça que as suas intimidades não são tão
mais íntimas, pois as ruas já gritaram todas elas.

Gentilmente escrito para a SEARA URBANA

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