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segunda-feira, 25 de outubro de 2010

A PAZ DO SENHOR!!!


Késede R. Júlio

Mesmo já sabendo que não corro mais como corria, e sem a mesma habilidade que
tinha, sou “metido” a jogar bola. Vivo me enfiando em campeonatos das cidades vizinhas (Valinhos,
Indaiatuba) e também daqui de Campinas. Ali, em meio aos berros de “- Passa a bola, pô!!”, “- Você
não podia errar esse gol!!!” ou então “- Toca... toca …TOOOOOOCCCCAAAAAAAAAAAA!!!”,
ou até mesmo os mais exaltados “- Piiiiiiiiiiii, piiiiiiiiii, piiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii!!!!”, vivemos um
momento particular da vida, um momento onde somos nós mesmos, expondo nossos mais íntimos
sentimentos. É o calor do jogo, no afã de enfiar a bola entre os três postes que seguram uma rede.

Num destes jogos sempre tem os mais exaltados e as reações são quase animalescas. Cotoveladas,
pisões na canela, bundadas na barriga, são comuns.
Há duas semanas, estávamos num jogo destes, “acalorados”, foi quando o juiz marcou
um penalti para o nosso time, afirmando assim, que o goleiro havia feito falta em nosso atacante
dentro da área. O goleiro não teve dúvidas, virou para o juiz e esbravejou “-Piiiiiiiiiiiiiiiiiii!!!!”.

O juiz, com a mesma certeza, levantou o cartão vermelho e o expulsou de campo. A coisa começou a ficar feia. O goleiro partiu pra cima do juiz “só pra conversar com ele ...”. Quando vi que o esporte ia mudar e o gramado viraria em um ringue de box, corri para frente do goleiro e fiquei entre ele e o exército inimigo que estava pronto para revidar ao primeiro pontapé. Todos do meu time, sem exceção, insistiam para que eu deixasse o goleiro partir para cima do juiz, pois torciam pela briga, pela porrada, pelo caos. Sabendo disso, não desisti do meu intuito: apartar a briga. Até que os ânimos foram se acalmando e o goleiro foi saindo vagarosamente do campo, e eu abraçado com ele, dizendo que estávamos ali para dar risada, que o jogo era uma diversão, mas acho que ele nem me ouvia, pois ainda estava rosnando baixinho. De qualquer forma, saiu do campo.

Pedro, em sua primeira carta, no capítulo 3, verso 11b, afirma: “... busque a paz, e sigaa”.
Recebemos este recado depois de quase 2000 anos , pois a graça de Deus equilibra nossa
natureza tendenciosa. O mundo quer o caos para emergir seus mais rudimentares sentimentos de
culpa, de vingança e de ganância. O equilíbrio que Deus nos dá é o fiel da balança do mundo. Isto é
o que faz com que o mundo não entre em colapso. Somos mensageiros da paz e nossas reações
demonstram mais do que somos que nossas ações. Em Cristo podemos dizer NÃO ao sim uníssono.

Em Cristo podemos abraçar a quem todos querem socar. Em Cristo podemos mudar o rumo de uma
situação que todos sabemos como começa, porém nunca sabemos como terminará. O Deus da paz
venceu naquele jogo. Para mim, não importou o resultado (aliás, perdemos de 5 a 1, foi uma
lavada!!!), mas sim o vaso esvaziado de mim mesmo e cheio de Cristo que pude ser naquela tarde
de sábado. Que o sal continue salgando e que a luz continue brilhando através de todos nós, neste
mundo tenebroso.

Mantenham-se descalços!

Gentilmente escrito para a SEARA URBANA

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

JONAS E O NOSSO MUNDO


Mateus Feliciano


Livro de Jonas capítulo 2 versículo 5

A raça humana tem evoluído e crescido muito no conhecimento físico sobre os seres humanos, sobre a criação em geral e sobre o universo e planeta Terra. Tem procurado se desenvlover em todas as áreas que julgam ser importantes para a sobrevivência e bem estar dos humanos.

Grandes cientistas e médicos desenvolvem novas fórmulas para as curas das doenças que ameaçam a vida e de desvendar os mistérios do funcionamento dos homens e animais. Biólogos e ambientalistas estudam e proporcionam conhecimento e formas para a preservação do planeta e do universo.

Enfim, toda a raça tem dado muita importância ao presente físico de tudo o que conhecem como realidade. O ser humano tem confiado muito em sua capacidade e dado cada dia mais valor em si mesmo. Atualmente o ser humano é o centro do universo.

Deus ficou de lado. Não tem mais o valor que já teve no passado. Por imposição ou não da igreja católica, o mundo falava em Deus e respeitava Deus e/ou as pessoas que diziam falar em nome dEle. Mas Deus tem sido substituído pela confiança no ser humano.

A “morte de Deus”, tratada por Friedrich Nietzsche, não fez com que o ser humano durante sua jornada ignorasse a realidade espiritual. Vivemos em uma época onde a espiritualidade está em “alta” sim e que há uma convivência relativamente harmoniosa entre as diferentes crenças que tratam da vida espiritual.

Esta “morte de Deus” fez com que Deus saísse do centro da espiritualidade e fosse substituído pelo próprio ser humano. Na cultura atual da maior parte da sociedade mundial, o ser humano é o centro do mundo e consequentemente o centro da espiritualidade. Não importa mais o que Deus e seus “profetas” dizem ser e como queiram que o ser humano guie sua vida, mas sim o que o próprio homem “acha” que deve ser feito quanto a sua espiritualidade.

Com o homem no centro da espiritualidade e com o afastmento de Deus, a esperança de uma vida após a morte ficou quase esquecida e muito deturpada. O ser humano não tem mais esperança nesta vida terrena e muito menos na vida “espiritual”. Tudo gira em torno do “aqui e agora”.

Por isso vemos tantas mortes, violência, falta de amor uns pelos outros e um egocentrismo e egoísmo doentio que tem feito com que o ser humano vivesse como animais em luta da suas próprias necessidades e sobrevivência.

A fonte da verdadeira esperança para esta vida terrena e eterna foi posta de lado e com isso o ser humano está perdido em seus falsos conceitos sobre vida espiritual, mas achando que está com a solução em mãos.

Mas quando as dificuldades que chegam para todos, “bate a porta”, o ser humano reconhece sua impotência e percebe que não tem o controle das coisas. Deus se revela como Senhor através da várias situações para que o ser humano reconheça-o como Deus.

Se o ser humano se entregar a ação do Espírito Santo, então Deus começa uma transformação como faz com todo Cristão. Mas se o ser humano optar por recusá-lo, ele continuará vivendo perdido e cego em seus próprios caminhos que não o levarão para a vida eterna com Deus.

Este trecho da história de Jonas nos faz entender que precisamos o quanto antes obedecer e estarmos em comunhão com Deus para que tenhamos uma vida com esperança plena e segura aqui na terra e com uma esperança futura garantida com Deus, e que não terá nenhum outro lugar melhor para se estar do que no céu com Jesus.

Nos mostra que se formos pelo o amor e obediência a Deus, iremos ser usados na obra redentora de Deus para o ser humano, como foi com Jonas em relação a Nínive. Mas que se recusarmos a Deus, a vida será mais difícil sem um esperança plena em Deus e o futuro incerto e obscuro. Mas que mesmo através da dor, Deus nos dá outra chance de termos comunhão com Ele e desfrutarmos da esperança que só Ele pode nos dar.

Gentilmente cedido para a SEARA URBANA

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

O PODER DA PALAVRA DE DEUS


Isabel Coghi


Série: Mundo Interior

A palavra de Deus tem poder de ensinar, transformar e virar nossa vida! (1)
Sem dúvida que é muito importante entender a salvação redentora de Cristo, mas se isto não sair do intelecto e vir a ser agente de transformação de nossas vidas, antes inconstante, triste, sem objetivo, egoísta e escravos de nossos desejos (como se a gente soubesse o que é realmente bom pra nós), pouco aproveitaremos da vida (espiritual) abundante que Deus quer nos dar.(2)

Devemos ser ensináveis, abertos, permitir a ação transformadora de Deus em nossas vidas, amadurecer. O apóstolo Paulo nos exorta a não tomarmos a forma do mundo, mas renovar a nossa mente (3).
Por decisão devemos tirar o foco de vida da terra (4), tirar os olhos do umbigo proporcionando a Deus um terreno fértil para a transformação através das disciplinas espirituais, que é o que estudaremos mais adiante.


(1) 2 Timoteo 3:14-17
Tu, porém, permanece naquilo que aprendeste, e de que foste inteirado, sabendo de quem o tens aprendido,
E que desde a tua meninice sabes as sagradas Escrituras, que podem fazer-te sábio para a salvação, pela fé que há em Cristo Jesus.
TODA A ESCRITURA É DIVINAMENTE INSPIRADA, E PROVEITOSA PARA ENSINAR, PARA REDARGÜIR, PARA CORRIGIR, PARA INSTRUIR EM JUSTIÇA;
Para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente instruído para toda a boa obra.


(2) João 10:10b
Eu (Jesus) vim para que tenham vida e a tenham em abundância.


E não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus.
I Corintios 13:11
Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, discorria como menino, mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino

(4) 1 Coríntios 15:19
Se esperamos em Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens.

Gálatas 5:25
Se vivemos em Espírito, andemos também em Espírito.


segunda-feira, 11 de outubro de 2010

A RELEVÂNCIA DA IGREJA NO SÉCULO XXI



Cacau Marques


Barulhentas, enganadoras, ilicitamente ricas, auditórios para charlatães, promotoras da intolerância, clubes de fanáticos. Outrora respeitáveis comunidades de fiéis, oásis de paz em meio o caos urbano, as igrejas são vistas hoje como inconvenientes da vida urbana. A verdade é que a imagem cândida e sagrada da Igreja parece estar manchada pela imoralidade, desonestidade e soberba. Quem está de fora não vê nenhum benefício na sua existência. Mesmo quando há algum tipo de ação de transformação social, ela é vista como oportunismo ou assistencialismo. Hoje se confia mais em ONGs seculares que realizam trabalhos sociais do que em instituições confessionais. Isso porque as primeiras não têm interesse na conversão do assistido, o que lhes dá uma imagem mais altruísta.

A tentação do secularismo extremista é a de abolir a Igreja, extinguindo com ela todos os danos nocivos decorrentes de sua existência. Imagine no religion dizia John Lennon na década de 70 e suas palavras voltam com força no novo milênio. Diante desses ataques, os cristãos tentam se defender, mas encontram-se em um dilema. Se escolhem defender-se através de argumentos teológicos, não convencem aqueles que não crêem de sua importância. Baseiam-se apenas nas necessidades morais e sociais a que tentam dar resposta, perdem seu propósito transcendental e podem ser substituídos por uma instituição de caridade ou uma escola. Afinal de contas, pra que serve a Igreja?

Um pesquisador honesto faria essa pergunta para a pessoa certa, ou seja, para um dos muitos fiéis que ainda acreditam na Igreja. Sociólogos e antropólogos contemporâneos têm feito esse caminho e observado uma atuação verdadeira e intensa da Igreja em resposta a sérias questões sociais.

Estudos de gênero mostram que a Igreja evangélica opõe-se ao machismo com mais sucesso que o próprio feminismo. Estudiosos vêem na atuação dos evangélicos nas comunidades carentes uma força efetiva contra o império do tráfico; nas palavras de Zuenir Ventura “Mais do que a polícia, a Justiça, a Igreja Católica, a família e a escola, os evangélicos são a contracultura da droga”. O índice de analfabetismo entre os evangélicos é, e sempre foi, inferior à taxa nacional, mesmo em contextos de maior pobreza.

Como a Igreja, surrada e manchada, pode ter tão bons resultados em questões que não são resolvidas pelas forças políticas e policiais? Como podem combater o machismo melhor que o próprio feminismo? Como diminuem o nível de analfabetismo entre as crianças? Vale ressaltar que nenhuma dessas ações é o centro do discurso da Igreja. Elas não falam de Deus, de Espiritualidade, de Salvação. Elas apontam para uma mudança na vida cotidiana das comunidades, principalmente as mais carentes. De onde vem então essa atuação social que não é comparável a nenhuma outra instituição do mundo?

Aí paira a relevância inalienável da Igreja. Ela é a reunião dos que celebram o transcendente transformando o imanente. A Igreja é o último refúgio da utopia em um mundo sem ideologias e fronteiras. Ela é um marco de que um outro mundo não é apenas possível, mas é uma realidade absoluta. E esse outro mundo impõe uma nova vida neste nosso mundo e uma nova verdade. E esse outro mundo estabelece um sentido para a existência, uma esperança para a busca da reabilitação de quem quer que seja.

A Igreja anuncia o soerguimento da humanidade caída, não através de sistemas impostos de cima pra baixo, de políticas enfiadas pela garganta do povo, mas pela transformação vinda de baixo pra cima, do coração para a comunidade, da manjedoura para o trono celestial. A igreja crê que há algo além do que é natural e humano e, por isso, crê nos milagres mais absurdos como a libertação do crack ou a desistência do suicídio. Crê, e crê até o final porque sabe que há algo de eterno na existência e que o Eterno pode tudo em todo tempo.

Ela prega o caminho oferecido a todo homem, independente de poder, riqueza ou força. Dá voz a todos, porque aproxima todos a quem é maior que todos. Deu voz aos negros através de Martin Luther King e Nelson Mandela, aos latinos através de Leonardo Boff e Juan Luís Segundo, dá voz e vez a milhões de excluídos em todo o Brasil que encontram a igualdade ao adentrar em suas portas. É o único lugar em que o doutor ouve e respeita a opinião da mais simples dona de casa, porque espiritualidade não se trata de diplomas e títulos, mas de piedade e devoção.

Ela anuncia uma nova ordem, que nada mais é do que a restauração da mais antiga das ordens, a ordem da Criação. Anuncia a restauração do propósito da vida e convida todos a participar da comunhão plena, pois “Cristo é tudo em todos”. Nela o próprio Deus é “Conosco” e caminha ao lado do homem, como no Éden, na viração e no raiar de cada dia.

Quanto mais a Igreja se esquece disso, mais se afasta de seu propósito e menos poder tem no mundo que clama. Cai assim na irrelevância, no frio discurso escatológico celestial, nas promessas mágicas de milagres egoístas, sem fazer-se sinal do Céu na Terra. E quando isso acontece, o mundo torna-se um lugar com menos esperança.


Gentilmente cedido para a SEARA URBANA

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

SUA IDENTIDADE


Mateus Feliciano


João cap 9 vers 1-39 – JESUS cura um cego de nascença

A - vs 1-7 – A SUA IDENTIDADE EM RELAÇÃO A VOCÊ MESMO

Não existe maldição hereditária. DEUS não castiga você pelos pecados e erros dos outros. Você é responsável pelos seus atos. Você não pode transferir as conseqüências para outros.

JESUS pode te transformar independente da sua fé. Ele é soberano e decidi qual é o melhor momento para você. A fé é importante e necessária, mas ela não controla Deus.

B - vs 8-12 – A SUA IDENTIDADE EM RELAÇÃO AO OUTROS

As pessoas não acreditam que você possa mudar e transformar de vida. Muitos duvidam que isso seja possível. Vão pedir provas e testar a sua transformação.

Você precisa estar pronto para testemunhar para as pessoas o que JESUS lhe fez e ainda pode fazer por você, mesmo que você ainda não esteja entendendo o que JESUS está fazendo com você.

C - Vs 13-17 – A SUA IDENTIDADE EM RELAÇÃO À RELIGIOSOS LEGALISTAS

Os religiosos legalistas impõem regras e leis para que você cumpra. Não importa se você precisa mudar e se transformar. JESUS tem que trabalhar de acordo com o que eles acham que é o correto. Não aceitam uma mudança fora dos seus padrões pré-determinados. As regras tem que ser cumpridas, independente se o seu coração e a sua razão entendem o que DEUS diz em sua palavra.

Vs 24-34

Os religiosos legalistas acreditam que tem autoridade e competência para avaliar quem está em pecado ou não. Dizem que JESUS é pecador e dizem que o cego nasceu em pecado. O que contradiz o que JESUS diz no início da história para os discípulos, que ele não tinha pecado para estar cego.

Eles usam do poder que tem para julgarem as pessoas segundo os seus padrões. Não se interessam pelo o que JESUS diz e nem o que as escrituras dizem. Podem expulsar você da convivência deles, caso você não esteja de acordo com os padrões deles.

D - Vs 18-23 – A SUA IDENTIDADE EM RELAÇÃO À SUA FAMÍLIA

As pessoas apesar dos defeitos, ainda buscam e confiam na familia. Os fariseus não acreditaram no cego curado, enquanto não falou com a família.

A familia é uma boa prova para sabermos quem somos. A família do cego deu um testemunho verdadeiro sobre quem ele era e sobre quem ele era agora. A familia ajuda muito na recuperação de uma nova identidade, pois ela foi responsavel por parte desta formação.

E - Vs 35-39 – A SUA IDENTIDADE EM RELAÇÃO A JESUS

JESUS atende o cego rejeitado pela religião e se revela de uma forma clara como filho de DEUS e requer que a sua fé seja depositada nEle, para que você creia e tenha a vida eterna.

“Deus amou tanto as pessoas de todo o mundo que entregou o seu filho JESUS, para que toda pessoa que acreditasse nEle, não morresse, mas tivesse a vida eterna” - João 3.16

JESUS não pediu ou obrigou o cego a adorá-lo, mas naturalmente o cego o fez, pois reconheceu a divindade de JESUS. Para isso você precisa ser humilde e reconhecer que você não enxerga e precisa dEle para ver. Mas os orgulhosos não conseguem reconhecer o que JESUS quer mostrar. JESUS espera uma posição sua quanto ao convite dEle de crer e segui-lo.

“Se, com a tua boca, confessares Jesus como Senhor e, em teu coração, creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo.” - Romanos 10.9


Gentilmente cedido para a SEARA URBANA

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

A CRISE DE IDENTIDADE DA IGREJA PÓS–MODERNA


Maurício Montagnero

http://www.fundamentosinabalaveis.blogspot.com/

Começa-se esse texto com o trecho de um famoso texto bíblico: E não sede conformados com este mundo (Rm 12.2a). A palavra “mundo” citado nesse texto, encontra-se no texto como “aivw/ni/aioni” que é derivado de “aivw,n/aion” que no presente texto tem o significado de “período de tempo”, “idade” e “geração”, isto é, implica ao sistema em que tem vivido o presente tempo. Diante disso, quando Paulo fala para não se conforma com este mundo, ele se refere que não se deve conformar-se com o presente tempo em que o mundo tem vivido.

Com isso mente, acredita-se que a crise que a igreja tem passado nos tempos pós-moderno é por causa que a mesma tem se conformado com ele, ou seja, ela tem se adaptado ao seu estilo de vida, se adequado ao seu modo de pensar e se configurado aos seu padrões, princípios e valores. Sendo assim a igreja tem se ajuntado aos fundamentos inexistentes da pós-modernidade, trazendo para o seu âmago a verdade relativa, dessa forma destronando os princípios inabaláveis da fé cristã, que são suas doutrinas e dogmas. Além disso, tem que engolir o individualismo desse tempo, aceitando sua ideologia, onde as pessoas pensam que não prestam mais contas de suas atitudes para a comunidade em que vivem, colocando essa forma de pensar em cima do que a bíblia ensina sobre a comunhão dos santos. Sabe-se que o príncipe desse tempo é o diabo (Ef 2.2), o qual tem utilizado o seu reino para acabar com a igreja de Cristo, todavia, existe uma promessa para a igreja quando ela se posicionar e atacar, essa promessa é que “as portas do inferno não se prevalecerão contra ela (Mt 16.18)”, isto é, se a igreja de Cristo começar a avançar contra as ideologias e ensinamentos pós-modernos, apregoando as suas bases de fé e assim, também vivendo-as, os pós-modernismo não trazerá mais as crises que tem trazido (deve-se atacar os seus pressupostos errôneos, porém, o que estiver de correto nele, deve ser usado para contextualizar a mensagem da salvação, como já tem feito alguns).

Durante os tempos históricos vê-se que a igreja passa pelas crises, mas sempre surgem grupos (remanescentes) que lutam para a mesma vencer tais crises. Exemplifica-se com os movimentos pré-reformistas. Como já é sabível, na época da idade medieval a Igreja Católica Apostólica Romana tinha abandonado muitos princípios bíblicos e lançado a mão para práticas pagãs e antibíblicas, além disso, estava havendo imoralidade de alguns pontífices. Em meio dessas situações caóticas surgiram movimentos como os Valdenses (condenando o purgatório e as indulgencies), os Catáros/Albigenses (buscando uma pureza espiritual, sendo que partiram para certo radicalismo), os Petrobrussianos (rejeitavam a missa e apregoavam sobre o matrimônio dos padres), os Lolardos que foram seguidores de John Wycliffe (pregou sobre a suprema autoridade das escrituras, a igreja como verdadeira e o conjunto de eleitos, e o questionamento do papado e da transubstanciação), outros que foram influenciados por essas idéias foram os Hussitas (seguidores de John Huss) e os Taboritas. Todos esses grupos citados colaboraram para que viesse ocorrer um avanço da igreja de Cristo sobre os caos que estavam vivendo, que foi a Reforma Protestante, liderada pelo monge Martinho Lutero. Ninguém imaginava que o romanismo pudesse ser vencido com suas práticas que viam das potestades do ar, contudo quando a verdadeira igreja de Cristo se levantou e lutou pelo que é correto “as portas do inferno não prevalecerão”.

Portanto, se a igreja de Cristo quer vencer essa crise que o pós-modernismo tem trazido de uma forma global, ou seja, atingido a maior porcentagem da cultura mundial, ela tem que seguir o imperativo principal do texto de Mt 28.19 “fazei que todas as nações se tornem discipulos (BDJ)”, sabendo que “nações” nesse texto tem a conotação de “tribos”, “raças”, “povos” e “línguas”, em suma, “grupo de pessoas”. Isto é, deve ensinar e influenciar a cultura global em sua diversidade tribal a viver conforme a cosmovisão/metanarrativa bíblica, ou seja, mostrar através da globalização a forma como a igreja enxerga o mundo e como se deve viver nele, discursando o fundamento universal e a estrutura da vida segundo o conceito das Escrituras. Desta forma usando o contexto como ferramenta e lutando para que as ideologias pós-modernas não entrem na igreja, porém que as doutrinas cristãs entrem no mundo, pois se assim não for, a tendência é piorar, como escreveu Darrow L. Miller: se a igreja não discipular as nações, as nações discipularam a igreja. Modificando-se para o conceito que esse artigo esta propondo fica assim: se a igreja não discipular o pós-modernismo, o pós-modernismo discipulará a igreja. Algo que já está sobrevindo…


Gentilmente escrito para a SEARA URBANA