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sexta-feira, 28 de maio de 2010

PECADO

Mateus Feliciano

Coordenador SEARA URBANA

“Lava de toda minha culpa e purifica do meu pecado. Pois eu mesmo reconheço as minhas transgressões, e o meu pecado sempre me persegue” - Salmos 51.2,3

Este salmo foi escrito pelo Rei Davi, que após cometer adultério com a esposa de um dos seus soldados e de planejar a morte do mesmo, foi advertido por DEUS pelo seu pecado através do profeta Natã.

“Lava de toda minha culpa...

Nós crescemos com nossos conceitos sobre a moral e ética segundo os padrões que nos foram ensinados desde criança em casa com a nossa família, na escola, na comunidade, na igreja e etc. E quando burlamos estes padrões interiores, sentimos o que chamamos de “dor na consciência”. Nem sempre esta culpa é pecado diante de DEUS. Mas o que é pecado perante Ele está definido na Bíblia e nos será revelado em uma comunhão com DEUS, que nos solicitará um arrependimento dos nossos pecados.

Ele consegue nos lavar de qualquer culpa que tenhamos pelo o que fizemos (Mt 9.6). Quem pode continuar a nos acusar da culpa do nosso pecado é o diabo e jamais o ESPÍRITO SANTO, pois DEUS é o único que consegue perdoar completamente o nosso pecado e não nos acusar mais daquilo. Ele é também o único que tem poder para perdoar pecados e limpar as nossas culpas.

... purifica do meu pecado...

O pecado que originariamente separou o ser humano de DEUS no jardim do Éden com Adão, hoje continua a nos separar de dEle todos os dias. Um Cristão tem o ESPÍRITO SANTO em sua vida que o alerta para os perigos do pecado, e quando este peca, sente-se muito mal pelo o que fez e se sente separado de DEUS. Quando pecamos ficamos tão tristes e envergonhados, que chegamos ao ponto de não querermos orar, de não querermos ler a Bíblia que é a palavra de DEUS, de não querermos ir à igreja e até mesmo de não evangelizar. Tudo, por culpa da separação que há entre o humano e DEUS, mesmo o Cristão não sendo mais culpado e condenado pelo pecado.

Mas sempre tentamos nos purificar confiando na nossa capacidade de vencer o pecado. Nos esforçamos para não pecar. Mas neste trecho, Davi pede pra DEUS purifica-lo do pecado, colocando a confiança desta tarefa a DEUS e não nele mesmo. Tentar nos purificar não pecando é como se fosse uma tentativa de auto-santificação. E por vezes nos decepcionamos com nós mesmos por não conseguirmos esta proeza. Com isso a nossa percepção de santificação fica distorcida e nos traz um peso ao invés de uma vida melhor.

“A santificação não é um NÃO para as coisas, mas um SIM para a paz, liberdade e comunhão com DEUS.” Israel Belo de Azevedo, Academia da Alma (Rio de Janeiro) (grifo meu)

... Pois eu mesmo reconheço as minhas transgressões ...

Devemos nós mesmos entender e reconhecer o nosso pecado. Não devemos esperar ou nos deixar levar pelo o que as pessoas dizem sobre o nosso pecado. As pessoas podem até reconhecer e nos alertar, mas perante DEUS não valerá de nada, se nós mesmos não reconhecermos o pecado que nós cometemos.

Não devemos esperar que algo exterior aconteça pra que possamos mudar nossas atitudes. As vezes ficamos dependendo de fatores que achamos que será a solução para o nosso pecado. Queremos que tenhamos condições financeiras melhor pra abandonar o nosso pecado, que outra pessoa nos peça perdão, que as pessoas sejam mais boazinhas conosco e tantos outros fatores externos que muitas vezes não nos ajudarão em nada contra o pecado.

A mudança deve ser interior. Deus vai trabalhar com as nossas emoções, com o nosso controle sobre elas, com o nosso caráter, com o nosso temperamento, com a nossa razão, enfim, com fatores que são mudanças no nosso “ser” e não nosso “ter”.

... o meu pecado sempre me persegue.”

O pecado é o que mais incomoda o Cristão em sua caminhada com Cristo. Temos tentações, provações, frustrações que nos desanimam, mas nada se compara com a força e o poder do pecado que está em nós e que domina os valores do nosso mundo. Quem não é Cristão deve sentir a mesma coisa, mas não sabe que é o pecado.

Temos que lembrar também que mais que uma ação isolada, pensamento e sentimento, o pecado é a natureza do ser humano. Todos tem o pecado em si desde o nascimento e independente se são Cristãos ou não. Portanto não temos como “lutar” contra o pecado, nós podemos fugir das tentações, suportar os sofrimentos e tudo isso será possível em uma estreita comunhão com DEUS através do seu filho JESUS CRISTO que irá agir em nós por meio do ESPÍRITO SANTO de DEUS.

Conclusão:

- Pedir para DEUS olhar para nosso interior e nos mostrar o que precisa ser mudado.
- Olhar pra dentro de nós mesmos e reconhecer os nossos pecados.
- Nos esforçarmos em entregar tudo para DEUS e resistir a tentação de nos esforçar para purificar a nós mesmos.

terça-feira, 25 de maio de 2010

O QUE FAZ VOCÊ FELIZ ?

Maria José Duarte Osis

O que faz você feliz? Assim pergunta a propaganda na TV. E a lista de possíveis respostas evoca uma série de coisas das quais, certamente, muitos de nós gostamos, algumas pelas quais batalhamos no nosso dia-a- dia, coisas que se tornam, como se diz com freqüência, nosso “sonho de consumo”. De modo geral, é assim mesmo: felicidade é associada com aquilo que se tem, com aquilo que se conquista, com o que se ganha, com o que se pode comprar ou, pelo menos, com o que pode usufruir, com o que se pode alcançar. Seguindo essa linha de pensamento, percebe-se que, aparentemente, para alguns é muito fácil ser feliz - para aqueles que são bem sucedidos segundo os padrões de nossa sociedade. Ao mesmo tempo, também é bem fácil ser infeliz – basta não ter, não poder, não conseguir, perder. É muito comum, também, atribuir-se essa infelicidade a alguma deficiência pessoal do infeliz: falta de empenho, de capacidade, habilidade, esperteza. Enfim, a equação básica é esta: ter/ possuir/ganhar é igual a ser feliz. Soma-se a isso a idéia de que ser feliz também implica ser servido por outras pessoas, pedir e ser atendido, mandar e ser obedecido.


Porém, esse não foi o conceito de Jesus sobre o que é felicidade e o que é ser feliz! Jesus deixou claro a seus discípulos que não esperassem receber nenhum benefício por serem seus seguidores. Neste mundo, Ele não tinha onde “reclinar a cabeça”, e, antes de voltar ao céu avisou os discípulos de que teriam muitas aflições. Por outro lado, exortou-os a servirem uns aos outros, seguindo seu exemplo, que chegou ao ponto de dar a vida por nós. Para Jesus, a equação da felicidade é outra: ser feliz é igual a dar/doar/ servir a outras pessoas.

Essa perspectiva esteve presente com força entre os primeiros cristãos, conforme nos relatam o livro de Atos e as diversas cartas que fazem parte do Novo Testamento. Entre eles havia preocupação constante de suprir as necessidades uns dos outros. Parece, porém, que ao longo da história cristã isso foi se diluindo até chegar ao que hoje existe em muitas igrejas e outras instituições religiosas: um departamento de ação social. A esse departamento se atribui a responsabilidade de ajudar os necessitados, como se ela não fosse de todos os cristãos. Além disso, também é bastante freqüente a compreensão de que necessitados são apenas as pessoas que estão passando por dificuldades econômicas e que precisam receber uma cesta básica. Como se os desiludidos, desesperançados, deprimidos, mal amados, também não precisassem de ajuda.

Creio que os ensinamentos e a atitude de Jesus nos confrontam e nos estimulam a rever esses conceitos. Não significa que não se deva realizar ação social de forma organizada, mas creio que o que Jesus ensina é bem mais que isso. Ele nos ensina que servir uns aos outros deve ser um estilo de vida, na verdade deve ser o nosso estilo de vida como cristãos. Isso não é fácil! É muito difícil porque a perspectiva de que felizes são aqueles que são servidos e os que ganham, conquistam, possuem mais bens, prestígio, poder, é a que predomina em nossa sociedade e nos pressiona no mesmo sentido, fazendo com que também internalizemos o medo de perder o que temos, de nos contaminarmos com a infelicidade dos outros... Como romper com isso?

Creio que, como tudo que Jesus ensinou, para que possamos colocar em prática precisamos primeiramente nos identificar com Ele, Jesus, crer que Ele é quem afirmou ser e que tem poder para transformar o nosso viver, assim como tem poder para nos salvar da perdição eterna. A partir daí, vem o dia-a-dia, o desafio de viver cada dia buscando a orientação da Palavra de Deus acerca de como devemos proceder. Nas palavras do Apóstolo Paulo: “Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis os vossos corpos por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus” (Romanos 12: 2).

Gentilmente escrito para a SEARA URBANA

sexta-feira, 21 de maio de 2010

DEUS PODE LIDAR COM O NOSSO PROBLEMA

Mateus Feliciano

Coordenador SEARA URBANA

É impressionante como temos dificuldades em lidar com os nossos problemas. As vezes até conseguimos lidar com algumas dificuldades que pra nós não são tão preocupantes assim, mas aquelas situações em que temos limitações, que são os nossos “calcanhares de Aquiles”, estes nós passamos por grandes aflições enquanto aquilo não se resolve.

Como cada pessoa é diferente, um problema que pra mim é muito complicado de lidar, pra outra pessoa pode ser mais fácil e vice-versa. Aí vai depender das nossas experiências anteriores, pois elas nos fazem “calejar” e vai criando em nós uma “casca” de proteção e assim podemos passar mais facilmente por esta situação difícil. Mas também pode acontecer de não nos acostumarmos com algumas coisas e ser um interminável tormento em nossa vida.

Isto também é realidade quando lidamos com os problemas de outras pessoas. Quando elas nos confiam suas vidas (ou parte delas) para que possamos ajudar de alguma forma. Por vezes conseguimos ajudar e a pessoa fica reconfortada e agradecida (as vezes não). Mas outras vezes, nós choramos juntos, oramos juntos, nos silenciamos juntos e não há conforto e solução para a pessoa que atendemos e confiou em nós. Pode acontecer também de não agüentarmos a pressão em nossos ombros por causa dos problemas das pessoas. Assim como pesa para o outro, também pesam muito para nós e não sabemos como agir e pensar.

Temos dificuldades em confiar 100% em Deus, em lhe entregar tudo que temos, tudo que somos, tudo que sentimos e pensamos. Será que achamos que Ele já tem muita coisa pra resolver e não teria tempo para cuidar do nosso “minusculo problema” ? Será que achamos que o nosso problema tem que piorar um pouco mais para que possa valer a pena Ele entrar em ação ? Será que achamos que já o perturbamos muitas vezes com o mesmo problema ?

Deus não é como nós. Até podemos nos parecer com Ele em alguns sentidos (Imago Dei). Mas Ele não tem essa nossa humanidade caída e corrompida e jamais tem dificuldades com os nossos problemas.

Acho que nós as vezes humanizamos Deus e O colocamos no mesmo baixo patamar nosso de seres humanos. Menosprezamos o poder que Ele tem e esquecemos de tantas evidências disto em nossas vidas, na natureza e na história.

Deus pode lidar muito bem com o nosso problema. Não há problema dificultoso demais para Ele e nem pequeno demais para que Ele não queira agir em favor daqueles que O buscam. Deus não tem uma agenda pra que você tenha que marcar com Ele um horário pra se tratar. Deus não tem um grupo de conselheiros para que possa consultar sobre a nossa situação antes de agir. Deus não está correndo pra lá e pra cá no céu, apressado, resolvendo os problemas do mundo e quando chegamos com mais um, Ele olha pra nós e dá aquela “bufada”, com uma cara de impaciente. Não, não é assim que Ele é.

É difícil de entender, mas Deus tem prazer em nos ajudar. Ele fica “torcendo” pra que nós O procuremos para lhe abrir a nossa vida, falarmos honestamente sobre a nossa falta de fé e confiança nEle, de chorarmos e pedirmos um colo pra agora, pois agora é que estamos precisando dEle.

É quando Ele gosta de manifestar o seu poder, que Ele se mostra quem Ele é, DEUS. Se não, Ele seria mais um ser humano comum e impotente, mais uma força do universo sem muito propósito.

Ele é Deus conhecedor de todas as coisas, amoroso que anseia em nos amar inteiramente, que perdoa e “esquece” com muita facilidade das nossas faltas. Ele pode lidar muito bem com o nosso problema. E nós precisamos lidar muito bem com quem Deus é, pra que experimentemos a boa, perfeita e agradável vontade dEle.

terça-feira, 18 de maio de 2010

SE ALGUÉM TE FERIR, PERDOE!

Antonio Lazarini Neto


“Alexandre, o latoeiro, causou-me muitos males; o Senhor lhe dará a paga segundo as suas obras.” (2 Tm 4.14)

Perdão é uma necessidade fundamental à existência humana! O perdão nos traz qualidade de vida, bem-estar e paz interior. Se perdoar é algo essencial para todas as relações humanas, muito mais será dentro da FAMÍLIA. É preciso praticar o perdão na vivência familiar! O poeta inglês William Cowper, escrevendo a casais, disse: “O casal mais bondoso e feliz terá oportunidade de exercer a tolerância; e haverá algo, em cada dia de suas vidas, para compadecer-se, e talvez perdoar”.

É certo que teremos vidas melhores – em casa, no trabalho, na Igreja – se considerarmos a importância do perdão! Em São Paulo, desde 1998 existe uma ONG chamada CCA – “Centro para Cura das Atitudes”. Esse Centro apregoa que “não são as pessoas ou circunstâncias que causam nossos conflitos ou tensões, mas sim nossos próprios pensamentos, emoções e atitudes sobre as pessoas e eventos.” Prestou atenção nisso? Talvez você esteja tocando sua vida normalmente, estudando, trabalhando, sustentando sua família e indo a uma boa Igreja, mas existem “Alexandres” que perturbam a sua vida, ou seja, você tem em mente pessoas que te causaram muitos males e isso te tem consumido por dentro!

Talvez seja alguém de dentro da própria família que tem te causado muita tristeza, pelas coisas que faz, pelas palavras que diz, pelo jeito de agir diante de algumas situações. A experiência de Paulo com Alexandre lá no passado pode ser usada por Deus para desafiar sua vida hoje!

O que aprendemos com o modo como Paulo compartilha a experiência que teve?

1.Paulo tinha consciência dos Males causados por outras pessoas!

Paulo não negava a dor! Ele afirmou que se sentiu muito ferido com o que Alexandre lhe fez. A atitude daquele homem para com o Apóstolo, o deixou profundamente machucado! O verso 15 nos dá a informação de que esse homem “resistiu fortemente” as palavras de Paulo. É possível que tenha sido ele o causador de alguma das prisões pelas quais o apóstolo passou em sua vida. Dentre as palavras finais de Paulo a Timóteo está esse reconhecimento (não ressentimento!), essa aceitação de que a “pancada” que esse Alexandre deu foi forte!

Temos que ser honestos o suficiente conosco mesmos para admitir o quanto nos fere realmente aquilo que as pessoas fazem, ou falam, ou sentem a respeito de nós! Deus não quer que você tenha aquele tipo de atitude que dá impressão de que não se sente nada: “Eu não guardo mágoa de ninguém!” Ou: “Deixa pra lá”! Ou: “está tudo bem!”

Quando os irmãos de José se aproximaram dele, depois de estarem conscientes do mal que fizera a ele e diante da morte do pai, o que José lhes disse? “Não foi nada, já passou!” Foi isso? Não! Gênesis 50.20 diz:

“Vós, na verdade, intentastes o mal contra mim; porém Deus o tornou em bem, para fazer, como vedes agora, que se conserve muita gente em vida.”

José estava reconhecendo a dor; a dor de saber que seu velho pai passou décadas da sua dura vida pensando que seu filho estava morto; a dor de ter sido privado de passar a sua juventude junto com sua família; a dor de ter experimentado a escravidão, o confinamento forçado e injusto e a desesperança por muitos anos da sua vida!

Entenda uma coisa: Negar que nos sentimos feridos com o que os outros fazem não ajuda em nada no processo necessário do perdão!

Mas foi apenas isso que Paulo fez? Não!

2.Paulo Tinha confiança de que Deus agiria a seu favor!

Observe as palavras de Paulo: “o Senhor lhe dará a paga” (2 Tm 4:14). A versão NVI traduziu: “O Senhor lhe dará retribuição”. Quando pessoas nos causam males, quando sentimos a dor que sobrevém a nós em função de atos, palavras, atitudes de outras pessoas, precisamos ter a confiança de que Deus vai cuidar disso! Você não precisa se desgastar porque Deus está vendo e vai agir!

É Ele quem disse no Salmo 37:

“Descansa no SENHOR e espera nele, não te irrites por causa do homem que prospera em seu caminho, por causa do que leva a cabo os seus maus desígnios. Deixa a ira, abandona o furor; não te impacientes; certamente, isso acabará mal.Mais um pouco de tempo, e já não existirá o ímpio; procurarás o seu lugar e não o acharás. Mas os mansos herdarão a terra e se deleitarão na abundância de paz.” (Sl 37.7-8, 10-11)

Aos Romanos, Paulo recorda orientações do Antigo Testamento:

“Não torneis a ninguém mal por mal; esforçai-vos por fazer o bem perante todos os homens; se possível, quanto depender de vós, tende paz com todos os homens; não vos vingueis a vós mesmos, amados, mas dai lugar à ira; porque está escrito: A mim me pertence a vingança; eu é que retribuirei, diz o Senhor. Pelo contrário, se o teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede, dá-lhe de beber; porque, fazendo isto, amontoarás brasas vivas sobre a sua cabeça. Não te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem. (Rm 12:17-21)

Quando não perdoamos demonstramos com isso que não confiamos que Deus vá fazer alguma coisa. Então, como conseqüência, fazemos!

Além de Paulo ter a consciência da dor causada, da confiança na ação de Deus, o que mais Paulo tinha?

3.Paulo Tinha convicção de que Deus agiria de forma Justa!

O versículo termina com essa declaração: “o Senhor lhe dará a paga segundo as suas obras.” (2 Tm 4:14). Ou seja, Paulo estava convicto de que o que Deus iria fazer seria de acordo com as obras daquele homem, portanto, com extrema justiça!

Temos muitas leis no nosso país, não é? E tais leis trazem penalidades quando quebradas. Por vezes se aplica uma pena muito branda para um crime muito grave ou uma pena muito severa para uma infração considerada leve. Mas quando falamos da justiça de Deus, estamos tocando em algo marcado por profunda coerência!

Preste atenção numa coisa: se alguém te fez algum mal, seja alguém da família, talvez alguém do trabalho ou até mesmo dentro da Igreja, tenha a certeza de que Deus será justo no tratamento disso! Paulo estava dizendo a Timóteo: “o Senhor lhe dará a paga segundo as suas obras.” É como dissesse: EU NÃO FAREI MELHOR DO QUE DEUS FAZ! Em toda situação, é melhor perdoar e entregar nas mãos de Deus! Ninguém fará melhor que Ele, ninguém será mais justo que Ele!

Como está o seu coração? Faça uma sondagem! Há alguém que você se lembra com rancor e ainda não descansou no Senhor? Há alguma situação que quando você pensa nela isso te traz uma sensação de tristeza e amargura? Alguém já disse que “tudo muda por fora quando se cresce por dentro!” Que Deus te ajude a perdoar.


Gentilmente escrito para a SEARA URBANA

sábado, 15 de maio de 2010

A MISSÃO DE JESUS É A MISSÃO DO CRISTÃO

Mateus Feliciano

Coordenador SEARA URBANA

Jesus veio para salvar a humanidade da condenação do inferno através da sua morte e ressurreição e deixou uma missão que está expressa em Mt. 28, que é: “ Indo e fazer discípulos...” Esta missão Ele deixou para todos aqueles que nEle acreditassem e seguissem o exemplo de suas obras.

Os fariseus tinha muitos defeitos e entre alguns deles, estava o de fazer as obras sem ter o coração nelas, apenas fazendo por ser lei. E creio que Deus, desde o antigo testamento quer que seus servos O servissem não por obrigação, mas por amor e de todo coração. A missão que Jesus deixou aos seus seguidores deve ser feita da mesma forma, com paixão por ela. Não se deve encarar a obra missionária como uma ordem a ser cumprida, mas como um exemplo a ser seguido. Jesus deixou suficientes exemplos de como amar o próximo, viver em santidade, meditar nas escrituras e orar ao Pai, para que naturalmente, o evangelismo e missões seja um fruto espontâneo de um coração que ama a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo.

Alguns Cristãos entendem que fazer missões e evangelismo está mais relacionado a uma obra, um serviço, uma ação isolada em momentos pré determinados, em locais pré estabelecidos. Pode ser feito também desta forma, mas não é somente isto. A obra missionária é uma missão que deve ser vivida no cotidiano do Cristão. Evangelismo é o exemplo de Cristo em como amar as pessoas em todas as situações em que se vive em relacionamento com as pessoas.

Missões e evangelismo é querer viver toda a sua vida para continuar o que Cristo fazia quando estava conosco, sem abdicar dos dons que Deus dá a cada filho dEle. Deus dá para cada Cristão um dom para ser posto a serviço do reino de Deus. O dom é desenvolvido e aperfeiçoado através de toda uma vida em comunhão, intimidade e direção de Deus. O dom é dado por Deus através do Espírito Santo para que se tenha a capacitação de poder desenvolver o que um ser humano com suas limitações e pecado jamais poderia fazer com suas próprias forças e conhecimento.

A obra missionária e evangelização deve se despir de alguns interesses que prejudicam o compartilhar da vida de Cristo para aqueles que não O tem em suas vidas. Primeiramente, o interesse não deve ser somente que a pessoa faça a decisão por Cristo e o mensageiro se satisfaça com isso. É necessário um acompanhamento e discipulado daquele que entendeu e quer ter uma vida com Jesus. Deve-se seguir as orientações que Jesus deixou na grande comissão: fazer discípulos, pois desta forma fica completo o ato de discipular que não é somente anunciar, mas acompanhar. Cada Cristão tem um função diferente no reino e nesta tarefa cabe a cada um descobrir o seu papel.

Jesus deixou o exemplo também de que se deve ter o interesse por toda a vida de uma pessoa e não somente pela alma do próximo. Na história onde Jesus cura 10 leprosos, há uma lição a se aprender. Jesus já sabia que somente um dos leprosos iria reconhecer o Cristo, mas Ele cura todos os 10 sabendo que a maioria não iria querer o principal, que era a salvação. O interesse do Cristão pelo próximo deve refletir este grande exemplo de Jesus. Tem que se estar sensível e atento às necessidades das pessoas independentes se elas estão interessadas no evangelho ou não. Mesmo porque o ser humano não tem o poder da conversão que é somente de Deus. A missão do Cristão é viver Cristo para que as pessoas possam querer ter a mesma vida do Cristão.

domingo, 9 de maio de 2010

O PODER DAQUELES QUE NÃO PODEM

Priscila Lucchesi


"Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai das misericórdias e o Deus de toda consolação, que nos consola em toda a nossa tribulação, para que também possamos consolar os que estiverem em alguma tribulação, com a consolação com que nós mesmos somos consolados de Deus."

(2 Coríntios 1:3,4)

Se você tivesse que pensar em alguém para ajudar pessoas necessitadas, em quem você pensaria ??

Talvez bem rapidamente cogitaria aqueles que tem dinheiro e tempo de sobra para desenvolver obras de caridade, ou então, alguém que, no mínimo, tem um pouco mais de condições ou menos dificuldade do que a grande maioria dos "pobres mortais". Afinal, sempre associamos "o ter" e "o poder" ao perfil do ajudador. Mesmo porque, como um necessitado poderia ajudar outro necessitado ??? ...E é exatamente aqui que nos enganamos...

A palavra de Deus diz que os que podem consolar são justamente aqueles que são consolados, ou seja: os que passam por dificuldades e também precisam receber de Deus o sustento necessário. Aqui não são mencionados os fortes e auto-suficientes, nem mesmo os detentores de considerável poder aquisitivo ou posição social (mesmo porque, quem está sempre bem, obviamente não necessita de consolo !!!) O texto bíblico trata basicamente do poder daqueles que não puderam resolver sequer suas próprias limitações, mas recorreram àquEle que pode todas as coisas. De forma impressionante, é alguém humanamente frágil assim que o Senhor elege como capacitado para tal auxílio !!!

E você, se isenta desta condição ?? Acredito que não, pois como alguém imperfeito, vive tendo problemas a vencer, diante dos quais sua potência humana se revela incapaz. Por isso, certamente tem como cumprir os requisitos bíblicos para a nobre função de ajudador. Afinal, quem passa por dificuldades, precisa do consolo de Cristo e contando com Ele, tem toda condição de atuar como canal de consolo na vida dos outros. Assim, todos nós podemos conceder auxílio, transmitindo o amor com o qual fomos abençoados, seja ensinando com nossos próprios exemplos, estendendo o ouvido e o ombro amigo àqueles que precisam tão somente de atenção, ou ainda desenvolvendo obras de benefício social, repartindo alimentos, objetos e qualquer outro tipo de recurso com o qual Deus nos presenteou, seja em pouca ou em grande quantidade. Portanto lembre-se: sempre vai existir quem necessite de sua ajuda, e o seu problema nunca deverá ser motivo de impossibilidade de ajudar outros. Pelo contrário: Se você não pode e conta com o Deus que pode, é você mesmo quem pode (e deve) ajudar seu próximo !!!

Gentilmente escrito para a SEARA URBANA

sábado, 8 de maio de 2010

O PERFIL DE UM MORADOR DE RUA

Mateus Feliciano
Coordenador

O trabalho de recuperação de um morador de rua não é uma tarefa fácil e nem simples. Para a recuperação da comunhão entre qualquer pessoa com DEUS a “forma” é a mesma. JESUS tem que ser o único caminho, a verdade e a vida que a pessoa tem que ter consigo para ter comunhão com DEUS. Isso se aplica também a um morador de rua como qualquer outra pessoa. Mas para um morador de rua se recuperar de todo o vício da vida na rua é uma tarefa em que ele tem que estar disposto ao ESPÍRITO SANTO trabalhar, para que ele tenha forças o suficiente para se recuperar do fundo do poço. Se ele não estiver disposto a isso, a recuperação deste vício da rua é praticamente impossível.

Os resultados de recuperação de homens de rua é baixo, pois a situação é muito complexa e desgastante para ambas as partes. Essas pessoas tem o vício químico da bebida alcoólica, das drogas e remédios que os prendem e os fazem querer mais destas substâncias que os deixam sem consciência, fazendo com que sejam capazes de fazerem de tudo para obter o que os seus corpos “gritam” para ter.

Grande parte destas pessoas em situação de rua tiveram uma vida social normal como de qualquer outro cidadão, com suas dificuldades e alegrias. Mas com uma vida familiar, em sua maioria, sem nenhuma base de amor, compreensão, paz, paciência e dedicação. Famílias desestruturadas formam pessoas desestruturadas. As magoas e falta de perdão permeiam a vida de um morador de rua de tal forma, que mesmo passando-se anos ou décadas, estas marcas continuam fortes e quase inseparáveis deles.

O vício psicológico que a rua traz também é muito potente para fazer com que eles permaneçam nas ruas e por mais que queiram sair das ruas, não conseguem. Eles se acostumaram a viver sem responsabilidades, pois não tem emprego fixo e não devem satisfação a nenhum patrão. Não tem família para sustentar e portanto tanto faz se conseguiram comida ou não para eles. Se não conseguirem comida, cachaça eles conseguem de graça em qualquer bar e com isso tentam “esquecer” da fome. Para com o governo também não tem responsabilidades, pois vivem sem moradia, sem emprego, sem documentos e sem consumir nada legalmente.

Enfim, para alguém estar disposto a ajudar estas pessoas a saírem desta condição, tem que participar das dores (mais constantes no inicio) e alegrias (menos constantes no inicio) junto deles para que haja uma recuperação plena e permanente. Isto tem que ser feito de maneira independente da quantidade de recuperados e ao prazo de recuperação, pois cada pessoa é diferente da outra e o voluntário não dá pode depender disto como base para decidir se continua ou não neste trabalho.

Este é o perfil normalmente visto destas pessoas que tanto sofrem consigo mesmas.
O quanto você está disposto a participar da recuperação de alguém assim ?
A sua resposta pode definir o futuro de muito deles.

domingo, 2 de maio de 2010

SALMO 23 – O SALMO DO DESERTO

Roberto Feliciano Jr.
Conselheiro da SEARA URBANA

Provavelmente foi composto a partir de fatos que inspiraram a Davi a relembrar o tempo em cuidava de ovelhas como pastor ou mesmo quando estava peregrinando no deserto quando lutava contra os inimigos de Israel ou ainda, quando fugia do rei Saul e depois mais tarde como Rei, do seu filho Absalão que fez um levante ao seu reinado. Mas estes fatos estão sempre relacionados com a necessidade de confiar no cuidado e da proteção de Deus. É um salmo de Confiança e Segurança que, lido ou cantado, tinha como propósito de promover nas pessoas:

Motivação – certeza da presença do Senhor na sua caminhada (vs.1, 3 e 6).
Orientação – segundo a vontade do Senhor (vs. 2-3).
Convicção – da presença do Senhor em qualquer circunstância (vs 4 e 6).
Certeza – do cuidado e proteção, o Senhor cuida das suas ovelhas (v.5).
Restauração – Deus conduz para a morada eterna (v.6).

Um salmo que é composto a partir da cena de um deserto, onde inicialmente parece não ter vida, nem esperança e certeza de nada. Para tanto o salmo seria mais bem chamado de o “Salmo do Deserto” e não o do bom pastor. Ele está dividido em duas partes. A cena da ovelha e a cena do homem viajante. Abra a sua bíblia e acompanhe a exposição do salmo.

Nos versos de 1 a 4, a primeira cena, temos a visão da ovelha que é cuidada e protegida por um pastor. Provavelmente o próprio salmista se veja nesta figura da ovelha frágil que necessita de cuidado, proteção e direção. Ela guiada por um pastor pelos bons caminhos, justos e retos, que somente ele conhece. Portanto, são os melhores caminhos na visão do bom pastor. A ovelha, apesar do deserto, demonstra dependência e confiança no pastor que encontrará o que ela realmente necessita. Ela precisa de sombra e refrigério: comida tenra e água fresca; proteção nos perigos de morte e consolo. Este consolo vem do bordão ou vara, que traz a idéia de ensino, correção e disciplina; e do cajado que representa o cuidado e a direção. O pastor sempre cumprirá com a sua responsabilidade de prover, cuidar, proteger e guiar a ovelha por causa da honra do seu nome, por isso a expressão “por amor do seu nome”.

Hoje, o deserto pode representar o mundo em que vivemos, ou até mesmo as nossas vidas. Por muitas vezes as nossas vidas são como um deserto árido, seco, insólito, quente, sem vida, que geram o medo, as incertezas e desesperanças. Mas Deus, através de Jesus que é o bom pastor, segundo texto do evangelho de João capítulo 10, nos guia por caminhos que ele julga serem certos e justos para nós, que ao final da jornada encontraremos refrigério para nossa alma, provisão para nosso corpo, proteção das nossas vidas e consolo pelo ensino e cuidado. Nós podemos desejar consolo do Senhor, mas também precisamos do seu ensino e correção para sermos cuidado por ele.

Nos versos 5 e 6, a segunda cena, temos a visão de um viajante do deserto que é cuidado por alguém que é hospitaleiro, bom e misericordioso, que o recebe em sua própria casa oferecendo uma mesa de banquete, com a possibilidade de um retorno a esta casa por um longo tempo. O viajante que percorre e continuará percorrendo um deserto, é tratado como um hóspede de honra. Comer e beber em mesa para quem vivia naquela região tinha um significado de um vínculo de amizade e lealdade mútua, até como um sinal de uma aliança entre o hospedeiro e o hóspede (conf. Ex 24.8-12 e 1Co 11.25). Depois deste encontro que o dignificou como pessoa honrada, o viajante continua o seu percurso pelo deserto com uma diferença: mudou a sua forma de viajar com a nítida lembrança de tudo que experimentou. Passa então a desejar um novo encontro, e a sua memória o lembrará da bondade e da misericórdia com que foi recebido por este amigo e agora o chama de Senhor, pois ele vive sendo fiel àquele que deu um novo sentido para sua vida no deserto. Esta bondade e misericórdia vivenciada o acompanharão todos os dias da sua viagem na certeza que um dia poderá retornar a casa do Senhor e permanecer com Ele por todos os dias da sua vida. Verdade esta que pode ser aplicada em nossas vidas: o homem-Deus, Emanuel, Deus conosco, nos acompanha com sua bondade e misericórdia em todos os dias da nossa peregrinação neste mundo. Jesus Cristo nos diz em Mt 28.20b que estará conosco até o final dos tempos.

Portando seja como ovelha ou como viajante sempre sentiremos protegidos e cuidados por Deus, que nos dará a cada dia a certeza que quando O reencontrarmos viveremos com e por Ele todos os dias restantes das nossas vidas, pois o fiel que confia no Deus Fiel é sempre honrado. Por isso como uma ovelha o fiel diz: “sendo o Senhor o meu pastor não sentirei falta de nada”. E como viajante do deserto dirá no final de sua peregrinação: “habitarei junto do meu Senhor todos os dias da minha vida”. Essa é a nossa esperança. Essa é a nossa certeza.

Gentilmente cedido para a SEARA URBANA